CELINE DION PT

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Entrevista para a revista francesa Têtu

Janeiro de 2012

 

 

Você tem consciência que é considerada como um ícone gay?

 

Celine Dion: Eu não começo a noite a dizer que sou um ícone. Eu faço um espetáculo e sei que há muitos gays na sala. Tudo o que eu faço é baseado na emoção. Eu trabalho com muitos gays e, pessoalmente, sinto-me muito próxima deles, da sua sensibilidade.

 

 

Você é imitada por célebres travestis através do mundo. Que pensa sobre isso?

 

Celine Dion: É um belo elogio. Se eles te imitam, se eles trabalham sobre ti, se te seguem precisamente para poderem reproduzir os gestos, é porque te amam. Caso contrário, não passariam horas e ver-te.

 

 

Quando foi a primeira vez que você foi confrontada com a homossexualidade na sua vida?

 

Celine Dion: Eu comecei a trabalhar muito nova nesta indústria. No mundo do espetáculo, há muitos gays. Muitos maquilhadores, estilistas, cabeleireiros são gays. Percebi-o imediatamente. Desde os 12 anos que trabalho com pessoas que fizeram de mim o que sou, que me ajudaram. Os gays têm uma faceta muito particular de perceber as pessoas. Se eles te amam, então querem que você seja perfeito. Eles dão-te o seu talento. Nunca coloquei essa questão a mim mesma. Isso nunca mudou nada. Se eu amo alguém, que é gay ou não, isso não muda nada.

 

 

No Canadá, em alguns estados norte-americanos, na Bélgica, os casais homossexuais têm o direito de se casarem. Não em França. Que pensa sobre isso?

 

Celine Dion: Isso devia ser possível, porque quando você é gay, você devia poder casar-se se quisesse. Nós devíamos poder casarmo-nos com a pessoa que queremos, que amamos. Mas é uma escolha pessoal, muito pessoal.

 

 

E da adoção, é a favor?

 

Celine Dion: Sim. Há muitas crianças mal amadas, abusadas, órfãs... Se são dois homens, duas mulheres... nós estamos a falar em educar uma criança com valores e amor, com segurança. Os gays são bons, outros menos. O mesmo aplica-se aos héteros, por isso não há nenhuma razão para recusar a dois homens ou a duas mulheres a adoção de crianças.

 

 

Porquê voltar a Las Vegas, depois de já cá ter estado 5 anos?

 

Celine Dion: Eu fiz 5 anos aqui, depois uma digressão mundial. Queria ter outro filho, assentar e o Caesars Palace propôs-nos voltar. Conciliar a minha paixão, cantar, e as minhas crianças, é o que há de melhor. Se tivesse de fazer uma escolha, eu ficaria em casa em pijama com os meus filhos. Mas fazer as duas coisas é o ideal. Tenho dois bebés de oito meses e um grande rapaz de 10 anos. Eu volto todas as noites a casa. Trabalho quatro dias por semana.

 

 

Que concelhos daria às novas estrelas da Pop para durarem?

 

Celine Dion: Eu não tenho nenhum concelho a dar. Se pensar-mos em Rihanna ou em Lady Gaga, elas têm já carreiras incríveis. É preciso apenas continuar a dar o melhor de si, ser diferente, porque haverá sempre novos talentos e não devem ser sentidos como adversários. É preciso ser bom, gentil, ter carisma, caráter, ser bonito... o talento não é suficiente.

 

 

Ainda tem algum sonho?

 

Celine Dion: O cinema. A nível profissional, é o cinema. Já tive várias propostas, mas não eram a coisa certa na hora certa.