CELINE DION PT

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  Entrevistas

 

Entrevista para o jornal francês Le Parisien

Novembro de 2007

 

 

Não parece ter aceite o seu papel de madrinha da "Star Academy" com ligeireza.

 

Celine Dion: Eu não aceito nada com ligeireza e estou lá para ajudar os jovens que começam.

Em contrapartida, eu não estou lá para os julgar e lhes dizer que eles têm talento ou não. Quero que eles sintam que depois de todos estes anos de trabalho, eu ainda me divirto. É também um prazer reencontrar este público francês tão "hot".

 

 

A sua série de shows em Las Vegas vai acabar em breve. Como encara o futuro ?

 

Celine Dion: Vai ser o começo de outra coisa qualquer. Como uma segunda partida. Vivi 5 anos de sonho. Nós reajustamo-nos à medida dos anos. Vamos dar o lugar a outra pessoa. Isso permitiu-me igualmente ter uma vida de família estável e de criar o meu filho sem viajar para longe, sem me enervar. Também me apresentei em palco com este espectáculo extraordinário. Mas eu estou cansada.

 

 

Lamenta ter passado todo esse tempo lá ?

 

Celine Dion: Foi maravilhoso, mas permaneci no meu pequeno mundo. Tenho de agora em diante outros desejos. Nós estamos a construir neste momento uma casa à beira mar, na Florida. Com a minha próxima turnê mundial, eu vou colher um montão de lembranças, coisas boas que poderei recordar assim que estiver instala lá, sobre o mar. Por exemplo, eu vou cantar em África para 6 representações afim de reunir fundos para Nelson Mandela. Vou também reencontrar o hábito das mantas e almofadas diferentes todas as noites.

 

 

Não tem a impressão de ter estado afastada do seu público ?

 

Celine Dion: Um pouco. Eu gravei dois álbuns, um em francês e outro em inglês, e não quero deixá-los sobre uma « mesa de café », mas sim defende-los em concerto. Mesmo repetindo que estou cansada, eu tenho ainda o desejo de percorrer o mundo e de o ver através dos olhos do meu filho. Não quero passar ao lado disso porque isso não será possível nos anos que vêm. Não se sabe nunca a vida que nos reserva.

 

 

Como assim ?

 

Celine Dion: Você sabe, eu vou ter em breve 40 anos. O meu marido tem 65. Eu perdi o meu pai há 3 anos e a minha mãe está com 80 anos. Tenho o desejo de viver, de estar perto dos meus. Durante muito tempo as minhas cordas vocais estavam em primeiro lugar na minha vida. Hoje estão noutro lugar. De momento, vou viajar em família e dar concertos durante um ano. Depois, veremos.

 

 

O que é que ainda a motiva a partir e cantar em 26 países ?

 

Celine Dion: É verdade que eu poderia parar depois de Las Vegas. Mas é como as compras : nós estamos cheios de coisas, mas queremos comprar mais e mais. Esta será talvez a minha última turnê, eu não sei...

 

 

Pensou nisso verdadeiramente ?

 

Celine Dion: Durante muito tempo, senti-me obrigada a provar a mim mesma, à industria do disco e à minha família que eu era capaz de fazer uma carreira. Está feito: eu não me sinto mais obrigada a nada, não tenho necessidade de provar seja o que for a ninguém. Não digo isto pretensiosamente, mas tive êxito. Não falo necessariamente da música : eu soube permanecer sobre a terra com a cabeça bem segura e assumo de agora em diante os meus erros tanto vocais como físicos. Então, eu perco, eu ganho e eu não quero deixar esta turnê mundial de lado e dizer mais tarde ao meu filho que ele passou ao lado dela.

 

 

O que vai fazer depois desta turnê ?

 

Celine Dion: Espero bem uma outra criança. Estou também a considerar qualquer coisa no cinema para interpretar Maria Callas. Neste momento, nada está finalizado, mas isso corre o risco de acontecer com pessoas do Quebéc. De qualquer modo, nada será concreto até daqui a um ano.

 

 

O que é que lhe falta, basicamente ?

 

Celine Dion: O tempo. O tempo de ter uma vida equilibrada, de sair à noite a um restaurante com o meu marido, de ver tranquilamente um filme. O tempo de rir sem estar preocupada com a minha garganta porque no dia seguinte canto. Eu desejo calma, silêncio, meditação. Falta-me igualmente parar de preparar incessantemente algo : Eu estou todos os dias em preparação física, mental, espiritual ... Impondo-me uma disciplina de ferro. Com efeito, eu sou a minha pior inimiga.