Visa claramente um público mais
jovem, não ?
Celine Dion: Talvez este
álbum mo permita fazer mas isso não foi querido. Os autores
e compositores enviaram-me o “material" e isso aconteceu. Eu
sei que é isto que se ouve na rádio, que a industria mudou e
os compositores ouvem constantemente o que se passa na
rádio, é o que os jovens fazem hoje. Mas eu não vou alterar
a minha personalidade nem me ajustar à música, senão eu não
serei mais eu mesma.
Que pensa o René Charles da sua
mamã “rockeira” ?
Celine Dion: O meu filho
ainda não ouviu o álbum mas ele é muito rock. Ele ouve os
The Doors! Com os seus cabelos muito longos, é o meu
rock’n’roll.
Arrisca-se a desiludir uma parte do
vosso público…
Celine Dion: Você sabe
que eu não se pode agradar a todos. É certo que o meu
objectivo é agradar ao maior número possível de pessoas.
Alguns dos que não gostaram do que fiz para trás, vão
gostar agora. E vice-versa. Mas apesar de tudo há baladas no
álbum e eu permaneço a mesma.
A meio de Dezembro dará o último
concerto em Las Vegas, depois de cinco anos de espectáculo.
É o fim de um ciclo ?
Celine Dion: Eu não o
vejo como um fim mas como o começo de qualquer outra coisa.
É certo que será muito difícil de por fim a uma bela turnê.
São cinco anos de uma vida extraordinária.
Cinco anos, é muito tempo. Não lhe
apeteceu parar, às vezes ?
Celine Dion: É claro que
houve momentos de angustia. Na manhã em que perdi o meu pai,
eu dei o espectáculo na mesma noite … houve espectáculos em
que eu não estava em condições e foram anulados. É difícil
de fazer um espectáculo e é ainda mais difícil de o anular.
Mas há uma estabilidade de vida extraordinária, muitas
artistas me vieram ver, foi uma das incríveis honras.
Vai começar uma turnê mundial. Não
pensa em si ?
Celine Dion: Eu penso em
mim, precisamente, porque eu amo muito o que faço. Com
“Taking Chances”, eu tenho dois álbuns extraordinários (o
álbum D’elles foi lançado em Maio passado) e eu desejo os
demostrar, os cantar. Eu quero fazer uma digressão pelo
mundo com o meu filho, com a minha mãe. Eu ofereço a mim um
belo presente, eu penso em mim.
Vai receber o Legend Award para
coroar a sua incrível carreira. Não é vertiginoso pensar no
seu sucesso ?
Celine Dion: Penso que
não. Vivo as coisas dia a dia. Não penso nisso porque é
talvez muito … mais difícil é encontrar um equilíbrio. Mas
não vivo apenas em função da canção, eu tenho também a minha
vida pessoal. Tenho o melhor de todos esses mundos.
Foi propulsada muito jovem no
negócio dos espectáculos. Você poderia ter terminado mal,
não ?
Celine Dion: Eu tive
todas as possibilidades do mundo de me destruir, de me
tornar noutra pessoas ou de perder a cabeça. E ainda por
cima, com quem tem sucesso, é mais fácil. Mas eu nunca fiz
realmente parte do negócio dos espectáculos. Sempre quis
cantar para os meus fãs mas eu não tenho amigos na
industria. Em casa, eu não vivo com os meus trofeus nem com
os meus discos de ouro. Eu não vivo com o meu sucesso.
Qual é o seu maior sucesso ?
Celine Dion: O meu maior
orgulho, é o facto de permanecer a mesma mas a minha maior
felicidade, é o meu filho. O meu filho é o sentido da minha
vida. Antes, eu agarrava-me apenas às minhas canções, tinha
apenas a minha carreira. O meu filho fez-me pensar que eu
tenho uma vida, que os meus sonhos estão lá e que eu sou
importante. O meu filho, é o meu grande amor, ele adora-me e
eu adoro-o. Eu revejo ainda a primeira vez que o agarrei nos
meus braços, tenho a impressão de me reencontrar a mim
mesma, como se tivesse a minha alma.
É frequentemente imitada,
nomeadamente por Laurent Gerra. Isso fá-la rir ?
Celine Dion: Nunca o
ouvi, mas devo-vos dizer que é um é uma honra. Existem
muitos nos Estados Unidos que me imitam. Se isso faz rir o
público, é porque está bem feito e se me escolheram é porque
eu sou popular.