CELINE DION PT

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  Entrevistas

 

Entrevista para o jornal suíço Le Matin

Novembro de 2007

 

 

É uma nova faceta de Celine Dion que nos apresenta com este álbum ?

 

Celine Dion: Poderia-se dizê-lo mas, no fundo, é essa que me habita desde sempre. As pessoas podem transportar em si cores diferentes. Têm o hábito de me ver interpretar as baladas, as canções doces mas eu sempre amei o rock e o r&b. Eu tenho 39 anos hoje. Preparava um álbum e as pessoas vieram ter comigo com aquilo. Quando o ouço, digo a mim mesma que ele não me exigiu muito esforço. Não foi cantado com a garganta, ele veio do ventre. É um álbum em inglês que eu tive o maior dos prazeres em gravar.

 

 

Visa claramente um público mais jovem, não ?

 

Celine Dion: Talvez este álbum mo permita fazer mas isso não foi querido. Os autores e compositores enviaram-me o “material" e isso aconteceu. Eu sei que é isto que se ouve na rádio, que a industria mudou e os compositores ouvem constantemente o que se passa na rádio, é o que os jovens fazem hoje. Mas eu não vou alterar a minha personalidade nem me ajustar à música, senão eu não serei mais eu mesma.

 

 

Que pensa o René Charles da sua mamã “rockeira” ?

 

Celine Dion: O meu filho ainda não ouviu o álbum mas ele é muito rock. Ele ouve os The Doors! Com os seus cabelos muito longos, é o meu rock’n’roll.

 

 

Arrisca-se a desiludir uma parte do vosso público…

 

Celine Dion: Você sabe que eu não se pode agradar a todos. É certo que o meu objectivo é agradar ao maior número possível de pessoas. Alguns dos que não gostaram  do que fiz para trás, vão gostar agora. E vice-versa. Mas apesar de tudo há baladas no álbum e eu permaneço a mesma.

 

 

A meio de Dezembro dará o último concerto em Las Vegas, depois de cinco anos de espectáculo. É o fim de um ciclo ?

 

Celine Dion: Eu não o vejo como um fim mas como o começo de qualquer outra coisa. É certo que será muito difícil de por fim a uma bela turnê. São cinco anos de uma vida extraordinária.

 

 

Cinco anos, é muito tempo. Não lhe apeteceu parar, às vezes ?

 

Celine Dion: É claro que houve momentos de angustia. Na manhã em que perdi o meu pai, eu dei o espectáculo na mesma noite … houve espectáculos em que eu não estava em condições e foram anulados. É difícil de fazer um espectáculo e é ainda mais difícil de o anular. Mas há uma estabilidade de vida extraordinária, muitas artistas me vieram ver, foi uma das incríveis honras.

 

 

Vai começar uma turnê mundial. Não pensa em si ?

 

Celine Dion: Eu penso em mim, precisamente, porque eu amo muito o que faço. Com “Taking Chances”, eu tenho dois álbuns extraordinários (o álbum D’elles foi lançado em Maio passado) e eu desejo os demostrar, os cantar. Eu quero fazer uma digressão pelo mundo com o meu filho, com a minha mãe. Eu ofereço a mim um belo presente, eu penso em mim.

 

 

Vai receber o Legend Award para coroar a sua incrível carreira. Não é vertiginoso pensar no seu sucesso ?

 

Celine Dion: Penso que não. Vivo as coisas dia a dia. Não penso nisso porque é talvez muito … mais difícil é encontrar um equilíbrio. Mas não vivo apenas em função da canção, eu tenho também a minha vida pessoal. Tenho o melhor de todos esses mundos.

 

 

Foi propulsada muito jovem no negócio dos espectáculos. Você poderia ter terminado mal, não ?

 

Celine Dion: Eu tive todas as possibilidades do mundo de me destruir, de me tornar noutra pessoas ou de perder a cabeça. E ainda por cima, com quem tem sucesso, é mais fácil. Mas eu nunca fiz realmente parte do negócio dos espectáculos. Sempre quis cantar para os meus fãs mas eu não tenho amigos na industria. Em casa, eu não vivo com os meus trofeus nem com os meus discos de ouro. Eu não vivo com o meu sucesso.

 

 

Qual é o seu maior sucesso ?

 

Celine Dion: O meu maior orgulho, é o facto de permanecer a mesma mas a minha maior felicidade, é o meu filho. O meu filho é o sentido da minha vida. Antes, eu agarrava-me apenas às minhas canções, tinha apenas a minha carreira. O meu filho fez-me pensar que eu tenho uma vida, que os meus sonhos estão lá e que eu sou importante. O meu filho, é o meu grande amor, ele adora-me e eu adoro-o. Eu revejo ainda a primeira vez que o agarrei nos meus braços, tenho a impressão de me reencontrar a mim mesma, como se tivesse a minha alma.

 

 

É frequentemente imitada, nomeadamente por Laurent Gerra. Isso fá-la rir ?

 

Celine Dion: Nunca o ouvi, mas devo-vos dizer que é um é uma honra. Existem muitos nos Estados Unidos que me imitam. Se isso faz rir o público, é porque está bem feito e se me escolheram é porque eu sou popular.