Entrevista para a revista
canadiana Hello
Agosto
de 2011
Fale-nos dos bebés. Eles têm agora 10 meses de idade…
Celine Dion:
Acontece
tudo muito depressa e só fica melhor. Eu faria tudo outra
vez. É muito mais difícil ter dois do que um. E não é como
dizem “se você pode cuidar de um, então pode cuidar de dois.
Não é simplesmente o dobro das refeições, o dobro do
trabalho. É outro mundo.
Em que
sentido?
Celine Dion:
Quando o
seu filho ou filha não se sente bem, você torna-se a mãe ou
o pai que passa o tempo todo com eles, certo? Eles querem
ser segurados, querem ser confortados. Mas quando você tem
dois, sente-se mal por colocar um de parte para consolar o
outro, e vice-versa. Isso parte muito o coração.
Como é
que os pequenos Nelson e Eddy lidam com isso?
Celine Dion:
Eles
estão bem. Para mim, é difícil. Quando os vejo a brincar
juntos, é tão bonito. Mas quando é tempo para os amamentar,
eles ficam “Uh, uh, uh, ao mesmo tempo, e eu fico “oh meu
Deus. Porque é que tenho de escolher entre eles?” Então eu
digo para mim própria “Ok, na refeição anterior eu peguei
primeiro no Nelson? Eu penso que peguei no Nelson, então
agora é o Eddy”. Então eu digo ao Nelson – “Eu já volto”.
Depois, asseguro que alguém fica a brincar com um enquanto
eu alimento o outro. É difícil.
Você
acha que os gémeos serão mais independentes em resultado de
nem sempre terem a sua atenção por inteiro?
Celine Dion:
Não faço
ideia. Acho que tem tudo a haver com a personalidade com que
nascem. Há crianças que são extremamente pacientes e tenho
visto outras que, quando querem uma coisa, querem-na logo.
Acho que não vai ser fácil para eles serem pacientes porque
são dois. Eu posso estar errada.
Às
vezes diz-se que os filhos mais novos são menos exigentes
porque os pais estão mais calmos e já tiveram outros filhos.
Você é a mais nova.
Celine Dion:
Sou a
mais nova de 14, e fui e ainda me considero uma criança
extremamente mimada. Mas o que significa ser minado? Estamos
a falar de algo errado? Que tipo de mimo? Não é o que lhes
damos, é o que lhes ensinamos.
O seu
mimo foi mais em termos de amor do que de objetos materiais?
Celine Dion:
Eu era
extremamente sortuda por ter muita coisa – brinquedos,
roupas. Era a princesa. Mas sim, muito amor e muita atenção.
Responder a uma criança, para mim, é muito importante. Você
não tem de lhes dar o que eles querem imediatamente, mas
quando eles chamam, se estão a chorar e estão a meio da
noite, não há tempo quando eles são pequenos. É uma fralda
molhada? é um pesadelo? é porque eles querem carinho? Seja o
que for, o importante é responder e depois o que você quer
fazer e dizer depois disso, cabe a você. Não há nenhum livro
que diga como fazer, e não acho que haja uma maneira errada.
É o que você pensa que está correto.
Como
está René-Charles?
Celine Dion:
Ele está
bem. Está a começar a jogar golfe outra vez. Estou muito
contente porque ele já não jogava há mais de um ano.
Você
também joga, não é?
Celine Dion:
Eu
costumava, jogava com o meu filho, com o meu marido, com o
meu pai. Não tenho tempo para isso agora, mas está apenas em
standby porque continuo a achar que é um desporto
maravilhoso. Estou orgulhosa por René-Charles ter começado a
jogar outra vez - a época do baseball acabou para ele. Ele
está em duas ligas, na Florida e aqui em Vegas. Ele é muito
atlético, é inacreditável. Ele guia mais que o meu marido.
Fale-nos sobre as coisas que você tem colecionado ao longo
dos anos dadas pelo seu filho.
Celine Dion:
Eu
mantenho guardadas todas as coisas que ele me deu. Quando
ele tinha dois, três, quatro anos, nós costumavamos ir à
Disney World ou à Disneyland ou a um parque, e cada vez que
ele via uma folha, ou uma pedra engraçada, ou um pau de
madeira, ele dizia “Mãe, isto é para ti”. E depois disso,
não podemos deitar isso fora. Então coloquei as folhas numa
caixa de sapatos – não fique triste por mim, eu tenho muitas
caixas de sapatos – e elas começaram a deteriorar-se.
Então e
o que fez com elas?
Celine Dion:
Eu
encontrei uma maneira de preservar as folhas. Quando o meu
pai partiu há quase oito anos, ele recebeu muitas flores. E
era difícil deitá-las fora – as pessoas tinham sido tão
gentis e elas significavam tanto porque eram em forma de
coração, de instrumento, uma mensagem. Alguém na família
conhecia uma freira que secava as flores e usava uma
solução, uma pasta ou algo, e enrolava-as em bolas para
fazer contas do rosário. Não precisa de fazer isso para
rezar mas pode fazer disso um colar ou uma bracelete, por
isso acho que vou ver se elas podem fazer um colar com as
folhas.
A
escola de René-Charles começa em breve, por isso você vai
voltar para a Florida até dezembro. Isso significa que vai
trabalhar num novo álbum?
Celine Dion:
Sim,
claro. Vou gravar um álbum em francês e também um em inglês.
Não sei quando serão lançados mas tenho de os fazer. Vamos
estar a ouvir canções.
Você
escreveu “Entre Deux Mondes” para o cantor quebequense Marc
Dupré no ano passado. Como é que ela surgiu?
Celine Dion:
Eu
escrevo canções na minha mente mas nunca as quero para mim.
Vejo e ouço sempre outro cantor a cantá-las. O Marc é muito
aberto às ideias que eu tenho, por isso eu cantei parte da
canção ao telefone e ele disse-me “acaba a canção! Eu vou
gravar um álbum”. Nunca resultou até ele vir até à Florida
quando eu estava grávida, e nós acabamos a canção. Se ele
quizer gravar outra vez terá de vir ter comigo.
As
canções do seu espetáculo do Caesars Palace são escolhas
suas?
Celine Dion:
Sim, mas
com ajuda – quando nós fazemos um show juntos, reunimo-nos
muitas vezes e dizemos “O que pensam disto?”. Haviam algumas
que eu não queria cantar ao principio. Eu não queria a
canção do Titanic e não queria a canção em francês “Ne Me
Quitte Pas”. Ainda bem que não escolho tudo o que faço. |