Entrevista para a revista
francesa Gala
Março
de 2011
Como é que, estando em ensaios, você teve tempo para
preparar os detalhes do batizado?
Celine Dion:
Na verdade, eu nunca estive tão ocupada. Desta vez, eu
fiquei tão a transbordar que pedi ajuda aos meus amigos.
Havia muita gente, 200 pessoas, por isso - se você quiser
nomes conhecidos - a humorista Véronique Dicaire e a
apresentadora Julie Snyder, mas eu preocupei-me
especialmente com os bebés. Estava com medo que sentissem
frio, amamentei-os mesmo antes da cerimónia e coloquei-os na
sua cama logo depois.
Estava um pouco stressada...
Celine Dion:
Um pouco, eu sou uma mamã galinha. Eles não
choraram, foi o principal. É engraçado porque Eddy, que é o
que se parece mais comigo, tinha lágrimas nos olhos quando a
música começou a tocar. Enquanto que Nelson, que herdou
tanto o físico como a personalidade do seu pai, ria com o
padre. Eu pude relaxar um pouco mais tarde, durante a
cerimónia no hotel do Caesars Palace, onde nós residimos
quando eu faço o show. Fui agradecer às pessoas presentes e
depois saí para preparar um ensaio.
Sobre que rituais a cerimónia foi realizada?
Celine Dion:
Foi grandiosa. Nós fizemo-la segundo a
tradição católica do batismo. Os cânticos, os violinos, as
canções, mas nada de muito longo para não fatigar os
pequenos. Queria que se passasse o mais rapidamente
possível. O batismo representa uma etapa importante:
permite-me meter as crianças, quer sobre a proteção dos
padrinhos, quer sobre a proteção de Deus.
Já tinha sido o caso de René-Charles, mas você escolheu mais
uma vez os padrinhos e as madrinhas no circulo familiar.
Celine Dion:
Sim, é uma formula bem sucedida. Nós temos a
oportunidade de ter uma grande família que nos apoia e que
nos deixa orgulhosos. É uma grande razão para cuidarem e
levarem amor às nossas crianças. No geral, eu não sou muito
dada a amizades com pessoas do show-biz. Tenho
conhecimentos, sim, mas não aprofundo relacionamentos. Eu
amo a família. Desta vez, os padrinhos foram os três filhos
de René, Patrick, Jean-Pierre Angélil e René-Charles, assim
como Anne-Marie, a sua filha, e Linda, a minha irmã.
Aos 10 anos, René-Charles é um jovem padrinho para os seus
irmãos...
Celine Dion:
Sim, para o batizado de René-Charles, nós
escolhemos para padrinhos a minha irmã Linda, que toma conta
dos meus filhos, e o seu marido, Alain, que trabalha para
nós como cozinheiro. René-Charles adorou poder ter este
papel com os seus irmãos. Ele disse-me: «O quê? Eu
também, eu posso ser padrinho?»
No seu quotidiano, você conta muito com a ajuda da sua irmã
Linda para a ajudar com as crianças...
Celine Dion:
É verdade, ela vive comigo e trata da minha
progenitora. Isso tranquiliza-me muito. Gosto que ela seja
capaz de transmitir os nossos valores comuns. Nós temos o
mesmo olhar sobre a educação e depois, ela tem um instinto
maternal extraordinário. Linda, que adoraria ter tido 14
crianças como a nossa mãe, não os pôde ter. Os meus são como
se fossem dela. Eu sei que ela dá 100% dela mesma. Se eu me
afastar, eu fico tranquila. Ela age com eu agiria. Mas eu
também contratei uma jovem rapariga, Sharri, que nos ajuda.
Ela leva René-Charles às suas diferentes atividades e
supervisiona os seus deveres.
Uma vez que houve batismo, pode concluir-se que a religião
tem um lugar na sua vida. Como a descreveria?
Celine Dion:
A religião, é o que nós vivemos no
quotidiano. Não é necessariamente Jesus na cruz ou ir à
igreja, é ter um equilíbrio emocional, não fazer aos outros
aquilo que não gostaríamos que nos fizessem a nós. Saber
olhar os pássaros, o céu, a chuva, as árvores, tudo o que
tomamos como certo, com um ar maravilhoso. É também ser uma
boa pessoa, grata, que ama a partilha e a generosidade.
Temos a impressão que você está um pouco fatigada, não é
muito cedo para voltar aos palcos?
Celine Dion:
Não, eu queria fazê-lo. Deixar a casa, para
mim, é ainda um pouco difícil, mas eu só irei dar 70
concertos. E isso serve-me. René e eu negociámos para que
tivesse espetáculos apenas durante as férias escolares de
René-Charles. Quando ele tem aulas, nós vivemos na Florida,
quando ele tem férias, eu faço o seu show em Las Vegas. Eu
decidi em função dos pequenos. Antes, eu estava em palco
todo o ano. As crianças mudam toda uma vida, eles dão um
significado ao meu trabalho. Eu espero que eles tenham
orgulho em mim enquanto mãe. No meu novo espetáculo,
dedico-lhes uma canção em particular: "Good Night, My Angel",
e vemos também as suas fotos. É um momento muito
emocionante. Para mim e também para os fãs que os queriam
ver.
Tem em vista algum álbum?
Celine Dion:
Eu devo começar a gravar provavelmente este
verão. Um em francês e outro em inglês.
Você está cheia de projetos. Poderia alguma vez ser uma dona
de casa?
Celine Dion:
Eu faço tudo. Adoro isso. Cozinhar, estar em
casa, ir ao parque, é um prazer.
Mas você tem mais uma silhueta de estrela. Nos Óscares,
apenas 3 meses depois de ter dado à luz, você estava
resplandecente...
Celine Dion:
Obrigada, é gentil. Eu comecei por um vestido
Giorgio Armani Privé para o tapete vermelho, depois usei
Lanvin dentro da sala e por fim Versace para interpretar a
minha canção em palco. Quanto à linha, eu tenho muita sorte.
Tenho um bom metabolismo. Eu amamentei e depois... tudo
voltou ao lugar. Perdi 27 quilos. Não gosto muito de fazer
ginásio, regimes e tudo isso. O palco é suficiente para mim.
Portanto, você é disciplinada...
Celine Dion:
Enfim, eu tenho a impressão de estar em modo
de sobrevivência. Estou fatigada. Eu amamento de noite, tiro
o meu leite quando vou ensaiar, faço o melhor que posso, mas
estou um pouco cansada. Por isso, eu trato de um problema
depois do outro, mas globalmente, eu deixei de fazer tudo o
que eram máscaras ou pedicure, não tenho tempo.
Mesmo com os ensaios do espetáculo, você continua a fazer
passar a mamã antes da mulher?
Celine Dion:
Digamos que quando eu não estou sobre o olhar
do público, fico em pijama, com um rabo de cavalo, sem
maquilhagem, e continuo a preferir os duches rápidos aos
banhos longos.
Para muitas mamãs, o regresso ao trabalho pode ser algo bom,
uma maneira de voltar à vida social... É essa a vossa
impressão?
Celine Dion:
Não, eu não tive tempo para estar carente.
Não tive tempo para me sentir excluída na minha bolha. Eu
penso sobretudo nos gémeos. Neste momento, as costureiras
debatem-se para me vestir durante o espetáculo e eu acho
isso ridículo. Eu disse à minha estilista, Annie Horth, para
parar os combates. Os vestidos, as malas e os sapatos, estão
no topo, mas existe uma espécie de guerra à minha volta que
me excede. Eu não sou um manequim...
Para o espetáculo, você teve preferências em matéria de
moda?
Celine Dion:
Não especialmente. Eu não vou aos desfiles.
Não tenho tempo. Ouvi falar de Galliano, meu deus, é um
choque.
É uma pena que nenhuma menina possa aproveitar o seu guarda
roupa, você só teve meninos...
Celine Dion:
Quem sabe! (Risos.) Há uma pequena última
oportunidade que poderá sair do chapéu...
Você importar-se-ia se eu a deixa-se porque
Nelson está a chorar? Ele está a ficar com dentes e Sharri é
incapaz de o acalmar, eu dei-lhe Advil, estou preocupada.
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